sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Quando as borboletas deixam de esvoaçar no estômago


Vais embora?
Não vás ainda, imploro.
Não fujas nesta hora despida
Olha-me na íntima angústia
Dá-me vida, dá-me morte,
Não me deixes no limbo
Deita-me no esquife e corre os ferrolhos
Aqui tens a chave, usa-a
Balanceia-te no perfume agridoce da morte
Outorga a minha inocência mumificada
Não és tu o meu anjo, o meu demónio
O risco e o feitiço de um tão esquivo amante?
Então fica. Celebra a minha morte.

Foto by: Maria treva flor

4 comentários:

Jose disse...

A complexidade ao desnudar o trilho que mais nos fascina.
Falta sempre o passo fatal, para salvação ou maldição.

Belo poema miúda profundo.

Um beijo


José

RASTINOV disse...

A morte pode ser um acto de amor...

Nelson disse...

Vais embora?
Mesmo que vá, levo-te comigo.
Tudo o que impregnaste de ti em mim ficará gravado em minha alma.

Brain disse...

Perfeito.

A tua escrita...
Tem sido em melhoria contínua.

Beijo.