quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Carta Registada


Mãe, quando meus olhos mordem esta terra escura
sinto o peso, sinto frio
Retenho então a tua presença distante e sempre pressentida
na minha própria história escrita pelos teus passos.
Hei-de resgatar a nossa vida!
Nem que seja numa só feliz imagem, pulsando na memória,
Os anos que não vivemos,
As guerras que sentimos.
A cúmplicidade de um olhar.
Acaso apenas seja o tremor de um instante, na presença desta manhã.
Mãe, quero ficar, ser o teu sol primeiro,
O raio ninar de um regaço
que, ao se unirem, o amor proclama
pela simples felicidade de estarmos juntas
e, que nem esta terra escura consegue nos separar.