no avesso da minha alma obscurecida numa tela invisível
Quem perguntará ao meu frio pela brasa que me queima a alma?
Porque sempre saberei sem saber o que é um mar de chamas interrompido
Nele permanecem o medo, as minhas insensatas perguntas
como estas lágrimas em debandada por labirintos de fumo
nas quais jaz a nudez branca do meu corpo por ti inflamado
No fim digo: que se passa? quem chama por mim?
Ninguém responde na obscura inquietude do meu funeral de cinzas
que ainda me atrevo a respirar.
Foto: Maria-treva -flor