sexta-feira, 1 de junho de 2007

Auto-retrato (censurado)


Rosto expressivo, olhar desafiador, sorriso malicioso
numa figura atenta ao esplendor do Mundo.
Por vezes de inquietos gestos na imparável procura
Entre a paleta das cores da vida e a vertiginosa respiração dos dias
Tímida, mas não na escrita. Expulsa pela pele, palavras a traços profundos
Suor, veias, torsos, emoções, sempre como um grito de dor e sal
São vagas de profundo ardor, ora doces, ora violentos
Experimentando o ser rebelde que sempre apetece
Desnudada de regras, transita entre o imposto e o transgressivo
Fluindo em jogos de arrepiantes ambiguidades
De amores contrários que se unem e se gladiam
nos esboços interrompidos pela saudosa procura do desconhecido
A inquietude é talvez o traço mais vincado, não fossem os redutos de uma energia primordial
Espectros de uma alma furtiva, perdida, em mil reflexos de transparências purpurinas
Que secretamente brilham no espelho estilhaçado
Sedenta de outras galáxias conduz-se pela cintilante sublimação da matéria
Numa digressão espiritual que é pretexto para que todos os limites se dissolvam.
"cheto fuor, commodo dentro"
(quieta por fora,agitada por dentro)
Foto de: Maria-treva-flor