... E tudo permanece em silêncio
Foto by: Maria treva Flor
Sou o "i" do meu real. Nem sequer ainda me conheci, mas jamais deixarei de me procurar. ...e um dia quando me encontrar, vou sentir que nunca me fui estranha.
Acalma o teu respirar e adverte o meu
sobre a cama adensa-se a noite
confusa de trovões e presságios
fantasmas alados e lâminas de silex
com os seus elmos sombrios a ofuscar o luar
avançam em desordem e atravessam as pontes levadiças da mente.
É a hora inaudível dos mortos.
O tic-tac persistênte do relógio
verte seus ponteiros rumo à íris de ebano do tempo
soletram as linhas da palma da minha mão
nas oscilações pêndulares dos meus fantasmas interiores.
É tarde para iça-los.
Encontraram a torre errante dos sonhos a partilhar.
Abraça-os, são todas as acções da tua vida
Ergue teu cálice e celebra
O fervor da minha marcha núpcial.
Foto: maria-treva-flor
Reclamo apenas uma verdade sóbria
no silêncio que não pode ser teu
A firme dignidade da tua triste queda
na angústia que te afoga num espiral de mãos
com o indicador nos teus lábios
Aguardo a chamada na rasgada distância
Aqui, dentro de mim...
onde tudo é uma mentira ébria.
Foto de: Maria-treva-flor