sexta-feira, 15 de junho de 2007

Mentira ébria




Reclamo apenas uma verdade sóbria

no silêncio que não pode ser teu

A firme dignidade da tua triste queda

na angústia que te afoga num espiral de mãos

com o indicador nos teus lábios

Aguardo a chamada na rasgada distância

Aqui, dentro de mim...

onde tudo é uma mentira ébria.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Silhueta sem nome


É sobre a nudez do teu rosto
que de repente a noite cai
Ensinam minhas mãos às cegas
o caminho dos de-lírios brancos
onde a luz indecisa da manhã
demora acontecer
Nas minhas mãos elevo o amor e canto
Tímida melodia por abrir
Canto desassossego que se explícita no ímpeto do desejo
Nesse culminar da minha cegueira
Propícia visão de epifanias
onde se avizinha o caos
A perpétua dimensão de algum lugar estranho
não muito longe de mim.
Que estranha sensação de estar num espaço aberto
Diluir-me na noite que me devasta a pele da alma
Já que eu era sombra e por entre sombras mais
me perdi.