quarta-feira, 13 de junho de 2007

Silhueta sem nome


É sobre a nudez do teu rosto
que de repente a noite cai
Ensinam minhas mãos às cegas
o caminho dos de-lírios brancos
onde a luz indecisa da manhã
demora acontecer
Nas minhas mãos elevo o amor e canto
Tímida melodia por abrir
Canto desassossego que se explícita no ímpeto do desejo
Nesse culminar da minha cegueira
Propícia visão de epifanias
onde se avizinha o caos
A perpétua dimensão de algum lugar estranho
não muito longe de mim.
Que estranha sensação de estar num espaço aberto
Diluir-me na noite que me devasta a pele da alma
Já que eu era sombra e por entre sombras mais
me perdi.

2 comentários:

Brain disse...

Maria,

Depois do que li,
Aquele final...

Penso que não te perdeste não,
Antes pelo contrário!
Encontrastes-te e bem!

E eu,
Encontro-te,
Cada vez melhor na escrita.

É sempre uma delícia passar por aqui.

Beijo.

A.S. disse...

Apesar de silhueta, os teus gestos e palavras são contundentes! Tudo o que vem de ti é um poema, contudo, diluiste-te na noite, perdeste-te nas sombras, és de novo um trilho abandonado na paisagem...



Um terno beijo!